O Sindipetro Bahia recebeu diversas denúncias de trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) a respeito de manipulações que estariam acontecendo na refinaria em relação à transferência dos trabalhadores para outras unidades da Petrobrás fora do estado da Bahia.
Os trabalhadores acusam a direção da Petrobrás de falta de transparência e de flexibilidade no processo de transferência que está programado para ser finalizado entre 01/01 e 01/04/2023.
De acordo com os trabalhadores, o clima na RLAM é de desespero e há uma grande preocupação com a saúde mental dos operadores, que já vem sendo atingida desde o início do processo de venda da Landulpho Alves.
Há vários casos de trabalhadores que durante o Mobiliza (ação realizada pela direção da Petrobrás para tratar do realocamento dos trabalhadores pós privatização da RLAM), após apresentação dos seus motivos, sinalizaram uma entre as opções apresentadas pela empresa como preferência de transferência, mas essa ordem está sendo invertida. O trabalhador (a) que quer ir para uma refinaria está indo para a sua última opção contra sua vontade.
São disponibilizadas poucas vagas para regiões próximas, que em sua maioria são ocupadas por trabalhadores com função gratificada, enquanto os subordinados ficam sem escolha e precisam ir para o sul e sudeste sem preparação alguma para essa transição.
Recentemente diversos trabalhadores (as) foram transferidos para outros estados. Um deles solicitou a transferência para a REDUC, mas a direção da Petrobrás resolveu desconsiderar o seu próprio programa – o Mobiliza- e alocar o trabalhador na REPAR, que foi sua penúltima opção.
O outro escolheu a REPLAN como primeira opção e está sendo alocado na REDUC, que foi a sua terceira opção. O Sindipetro Bahia quer saber qual é a lógica e justificativa para tais absurdos e abusos.
Para o sindicato, o objetivo da direção da Petrobrás é dificultar a permanência dos empregados públicos federais na Petrobrás para que eles ingressem na iniciativa privada, ou seja, peçam para ir para a Acelen. Isto acontece principalmente com aqueles que já estão próximos da aposentadoria.
Reunião
Na quarta-feira (9), representantes do Sindipetro Bahia e a FUP participaram de uma reunião com o RH da Petrobrás para tratar sobre o assunto. Estavam presentes o Coordenador Geral da FUP, Deyvid Bacelar e os diretores do Sindipetro Bahia, Jailton Andrade, Attila Barbosa e Christiane Petersen. Além do assessor jurídico do Sindipetro, Clériston Bulhões.
O Sindipetro informou na reunião que está fazendo levantamento da situação de todos os trabalhadores que estão em processo de transferência porque há uma grande preocupação da entidade sindical com a saúde mental destas pessoas. A FUP e o Sindipetro também criticaram a escuta desumanizada, que tem sido feita através de formulário e denunciaram a diferença de tratamento da Petrobrás com os trabalhadores, a depender da proximidade ou não com o chefe imediato.
Outra reunião ficou agendada para a próxima semana, quando serão tratados os seguintes questionamentos feitos pelo Sindipetro e a FUP e que ficaram sem resposta: perdas financeiras; funcionamento do ranqueamento; o motivo do maior número de transferências aconteceu na RLAM; quantidade de trabalhadores que optaram por vagas que foram negadas; o andamento e as prioridades das pessoas que tem questões de saúde e psicológicas; quantidade de vagas e se estão vindo pessoas de fora pra Bahia / porcentagens.
O objetivo das entidades sindicais é garantir a isonomia entre as pessoas e que a Justiça seja feita.
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