É de conhecimento público que esse antigoverno se alimenta do caos que ele mesmo produz. Que colocou nas Pastas Institucionais pessoas que trabalham contra elas. Que vem barganhando votos no mesmo toma-lá-dá-cá que dizia condenar. Que vive em campanha eleitoral desde o primeiro dia da posse, disseminando ódio e bancando fakenews e robôs para subir hashtags que lhe interessam. Mas o vemos abraçando outra ferramenta para manter, suspender, ou aprovar algo que seja fundamental para o povo: *a chantagem!*
Foi assim para pagar o primeiro Auxílio Emergencial em março/2020 quando o Congresso aprovou a quantia de R$ 600 reais (e não a de R$ 200 proposta pelo governo). Perdida a batalha atrasaram o pagamento o quanto puderam e *chantagearam* afirmando que para pagar precisariam aprovar a PEC 10, a PEC que favoreceu aos banqueiros com altas somas em recursos e com a compra de títulos podres.
Depois, ao encerrar a primeira fase desse Auxílio aos mais vulneráveis, e diante de mais uma provável derrota no Congresso caso renovasse a proposta, *chantagearam* novamente afirmando que só poderia retomar o Auxílio caso aprovar a PEC 186 que congelou os salários dos servidores municipais e estaduais para sempre e por 15 anos os dos federais! Ainda chamaram essa PEC de “PEC EMERGENCIAL”, um projeto que tramitava no Congresso desde 2019 - não tendo nada de emergencial portanto - , para enganar a opinião pública principalmente os mais vulneráveis os colocando em oposição ao funcionalismo. Essa PEC da mentira, além de reduzir o valor do Auxílio a 1/3 do original, ainda reduziu em cerca de 40% o número de beneficiários, levando mais 17 milhões de pessoas à pobreza. Importante lembrar que, além de prejudicar o povo, o governo prejudicou criminosamente os trabalhadores da saúde que estavam se arriscando para salvar vidas muitas vezes perdendo suas próprias vidas nesse empenho.
Logo em seguida, também na esteira dos privilégios ao sistema financeiro, aprovaram a autonomia do Banco Central, que significa entregar aos bancos privados a chave do banco nacional gestor da política econômica do País. E ainda insatisfeitos, legalizaram através do PL 3877/20, a remessa injustificável de dinheiro público para os banqueiros em forma de juros por valores que eles não conseguissem emprestar ao público!
Agora, ensandecidos e correndo para arrebatar tudo antes que o espantalho maior seja defenestrado da casa de vidro, querem suspender a liberação de precatórios, que são verbas de pequeno valor, direito de trabalhadores. Para suspender ou parcelar esse direito do povo, empunham a arma de sempre: a *CHANTAGEM*: ou aprovam isso ou pode não haver pagamento de... de quê? De juros de uma dívida pública jamais auditada?... Do pagamento sem contrapartida aos banqueiros por um dinheiro que não saiu dos cofres dos próprios banqueiros?... Das remessas em valores que seriam para emprestar a pequenas empresas, e que NÃO O FORAM?...
*Não*: Ou aprovam essa suspensão ilegal do pagamento de precatórios ou pode não haver pagamento de SALÁRIOS!
É esse o Governo eleito em uma coincidência de fatores, e que graças à exposição dos seus malfeitos em uma lista que não cabe nessa página, derrete como lama podre na chuva. Dessa lama vários já se descolaram, outros tentam timidamente fazê-lo e catam o que podem pegar para si, em um saque predatório nunca visto.
Ainda querem aprovar o DESMONTE TOTAL dos serviços públicos do País com a PEC32, entregar o que nos resta de indústria estatal, abrir as porteiras para multinacionais-urubus que se alimentam de mão de obra quase análoga a de escravos, piorar a proposta de Reforma Tributária para curvar ainda mais as costas do povo com impostos que os ricos se negam a pagar, etc. Nem falei das ameaças de golpe nem dos escândalos das vacinas e enriquecimento dos promotores do tratamento precoce ineficaz, política de saúde que levou pessoas à morte! Quase 600 mil vidas ceifadas, com estudos provando que ao menos metade das mortes poderia ter sido evitada!
É esse governo que parte da oposição e os "isentões" preferem deixar “sangrar” até 2022 para virem mais forte às eleições. Quem é que está sangrando mesmo, camaradas?... Alguém no Brasil pode ter certeza que teremos eleições em 2022? Alguém assina a tese de que se houver e se o genocida perder, o resultado será respeitado? Alguém acha que o povo vai parar de morrer aos lotes nesse tempo que nos separa da troca da faixa presidencial suja de lama e de sangue?
Não. Ninguém tem coragem de assinar tese alguma nesse país dos absurdos que cada dia surpreende o outro. E como ninguém pode prever o futuro, não podemos nos sentar e esperar: precisamos agir agora, enquanto ainda temos um País!
*Denise Carneiro é servidora da JFBA, membra do Coletivo Resistência e Luta no Judiciário
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