Não podemos dizer que esse governo passou dos limites hoje, porque o Presidente passa dos limites desde muito antes da posse, antes da eleição, antes da candidatura, antes de se eleger parlamentar. Bom lembrar que foi aposentado pelo Exército em 1988 por uma dessas ultrapassagens e seguiu nesse mister que ele faz muito bem: passar dos limites!
Desde a posse temos um Presidente que exala ódio, pratica descaso com a vida das pessoas, desmonta por dentro as instituições e os serviços públicos, faz piada com temas sérios e caros, ironiza sobre a chegada e uso da vacina (“vai chegar no dia D, na hora H” disse o general ministro), faz trapalhadas, sem ser médico atuou como garoto propaganda de remédio ineficaz causador de efeitos colaterais graves, faz o povo escolher entre morrer de covid ou de fome, tenta usar o aparato da justiça e segurança para proteger a si e aos parentes e amigos das denúncias de crimes cometidos, se alia com o pior da política nacional e internacional e para isso destrói relações internacionais, etc., etc. A crise do Amapá com a morte de mais de 750 pessoas em pouco mais de uma semana mostrou mais um limite ultrapassado!
Eliane Brum, em reportagem fundamental baseada nos estudos da Faculdade de Saúde Pública da USP e da Conectas Direitos Humanos, que mostra a participação do Governo Bolsonaro em uma “estratégia institucional” para "propagar o coronavírus no país". É... dessa vez esse limite ultrapassado não pode ser relativizado como os anteriores, que incluem repetidas ameaças à democracia. Chegamos ao paroxismo da necropolítica institucional! Chega desse governo, de todo ele! O Brasil não resistirá por mais 2, ou 1 ano sequer.
A pandemia tem sido um entrave para o povo ir às ruas exigir a saída dessa figura alçada à cadeira presidencial por uma conjunção de fatores e uma aliança torpe que se derrete a cada dia como gelo ao sol. A direita (que se autointitulou “centro”), seu principal sustentáculo, parecia só aguardar a aprovação das reformas para depois defenestrá-lo, mas a situação tornou-se insustentável: o sangue dos mortos está respingando em todos eles! O mau cheiro da lama podre e necrosada já domina as bolhas bolsonaristas causando a saída de seguidores aos lotes.
Agora, nem a pandemia deve ser impeditiva para a volta às ruas (com segurança biológica)! É a hora “H” e o dia “D” para dizer “basta”, “fora”, “xô” Bolsonaro! Basta desse governo de necropolítica! É a hora “H” e o dia “D” de defender a existência do Brasil e a soberania nacional! É a hora “H” e o dia “D” de lutar pela vida de cada brasileira e brasileiro!
Denise Carneiro
Graduanda em História
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