O retorno do Governo Federal ao setor de fertilizantes, com a reestatização da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), em Araucária, no Paraná, e a anunciada recompra, pelo Estado brasileiro, de refinarias da Petrobrás, privatizadas durante os governos Temer e Bolsonaro – a exemplo da Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Bahia, e da Refinaria de Manaus (Reman), localizada em Manaus, no Amazonas –, estão contrariando interesses de grandes empresários brasileiros, o que levou o jornal Folha de S. Paulo, no último domingo, a defender a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e membro destacado do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – CDESS, o chamado Conselhão do governo Lula, “o jornal Folha de S. Paulo equivoca-se, mais uma vez, ao exaltar privatizações neoliberais fracassadas e sequer menciona os casos mais recentes, como a entrega, a preço de banana, da Eletrobrás e de algumas refinarias da Petrobrás, o desastre de Mariana e Brumadinho (MG), causados pela privatizada Vale, ou o apagão provocado pela Enel no serviço de energia de São Paulo”.
Para Bacelar, o interesse privatista do jornal presta um desserviço ao povo brasileiro ao dizer que o conjunto das estatais é “custosamente mantido sob o comando do Estado”.
“As estatais brasileiras tiveram lucros somados de R$ 197 bilhões em 2023, dos quais 49 bilhões foram para a União na forma de dividendos e participações”, esclarece o dirigente da FUP, acrescentando ainda que a Petrobrás é a maior contribuinte do país, desempenhando relevante papel na economia. “Em 2023 a empresa recolheu aos cofres públicos R$ 240 bilhões em tributos e participações governamentais no Brasil. Esses recursos são fundamentais para financiar políticas públicas, impactando positivamente a sociedade como um todo”.
Ainda segundo Bacelar, “com falsos argumentos, o editorial rouba do leitor o direito de se informar corretamente”
“Não é à toa que o ímpeto neoliberal da Folha se lance contra as três maiores estatais brasileiras, que juntas tiveram lucros de R$ 170 bilhões no ano passado, contribuindo com a geração de riqueza para o país, criando emprego e renda para o trabalhador”.
“Além disso, essas empresas estatais investem em programas sociais, ambientais e culturais, fortalecendo a agricultura familiar, ajudando no combate à fome, valorizando as culturas regionais, voltando a patrocinar o cinema brasileiro. Tudo isso incomoda demais os empresários neoliberais da Faria Lima” .
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