A Diretoria Executiva do Sindae decidiu acionar formalmente o Comitê de Elegibilidade da Embasa para questionar a nomeação de Carlos Palma de Mello como presidente do Conselho de Administração da empresa. A entidade sindical aponta uma série de irregularidades que tornam a designação incompatível com normas legais, estatutárias e princípios fundamentais de governança corporativa.
Uma das principais irregularidades levantadas diz respeito à acumulação de cargos. Carlos Mello ocupa, simultaneamente, a chefia de gabinete da Secretaria da Casa Civil do Governo do Estado da Bahia, cargo comissionado e classificado como de Direção e Assessoramento Superior (DAS-2), enquanto preside o Conselho da Embasa. Além disso, foi designado, em diversas ocasiões, como secretário interino da Casa Civil, incluindo uma nomeação oficial publicada no Diário Oficial do Estado em 29 de novembro de 2024. Essa sobreposição de funções fere os pilares da boa governança e levanta questionamentos éticos sobre sua imparcialidade e comprometimento com os interesses da Embasa.
O perfil de Carlos Mello também causa preocupação. Notório defensor do sucateamento da Embasa e da privatização nos moldes da CEDAE, do Rio de Janeiro, Mello representa uma ameaça às políticas públicas de saneamento e ao fortalecimento do serviço público. Seu histórico é marcado por posturas alinhadas a agendas privatistas, que contrastam frontalmente com os princípios de gestão responsável e com a missão da Embasa de prestar serviços essenciais à população baiana.
Outro ponto delicado de sua trajetória remonta ao período em que foi chefe de gabinete de Bruno Dauster, este exonerado em meio ao “escândalo dos respiradores”, investigado pela Operação Ragnarok.
Diante desse cenário, o Sindae reafirma seu compromisso com a defesa do patrimônio público e da transparência. A nomeação de Carlos Mello afronta os princípios que deveriam nortear a administração pública e a gestão de uma empresa estratégica como a Embasa. A entidade exige providências imediatas para corrigir essa situação e proteger os interesses da população e dos (das) trabalhadores (das) do setor de saneamento.
Vamos à luta!
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