A decisão da Unigel de encerrar as atividades da Fafen, demitindo os seus trabalhadores, não passa de chantagem. A afirmação é feita pelo Sindipetro Bahia, que há tempos vem denunciando a postura da empresa que alega dificuldades operacionais, econômicas e financeiras para tocar o negócio devido ao preço do gás natural, negociado com a Petrobras.
Dando continuidade ao jogo de pressão para atender aos seus próprios interesses, a Unigel, em seu comunicado para a imprensa, afirmou que continua em negociação com a Petrobras para reverter a suspensão das atividades e eventuais demissões. Para o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, “a Unigel está criando dificuldade para obter facilidade pública. Ou seja, quer socializar o prejuízo e privatizar o lucro”.
Desde que a Unigel arrendou a Fafen Bahia da Petrobrás em 2020, o Sindipetro vem se colocando contra esse negócio e reivindicando que a estatal assuma novamente este promissor e importante setor de fertilizantes. Para a entidade sindical, uma vez que a Unigel não está se mostrando apta para tocar o empreendimento, é o momento da Petrobras voltar a operar não só a Fafen Bahia, mas a Fafen Sergipe também.
O sindicato entende que alguns dos atuais trabalhadores da Unigel podem ser absorvidos pela Petrobras como terceirizados, como já acontecia quando a estatal operava a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados baiana. Para o Sindipetro, esta é também uma oportunidade de trazer de volta à Bahia os trabalhadores da Petrobras, que foram transferidos, de forma compulsória, para outros estados no governo Bolsonaro, e não estão se adaptando, passando, inclusive por problemas sérios de saúde mental.
Portanto, para o sindicato, no lugar de ceder às chantagens da Unigel, a Petrobras tem a grande chance de garantir que a Fafen cumpra o seu papel de gerar emprego, de produzir fertilizantes, de abastecer o mercado interno, assegurando a arrecadação de impostos para o município de Camaçari e para o Estado da Bahia.
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