Expectativa e esperança. Estes dois sentimentos nortearam o grande ato promovido pelo Sindipetro Bahia e o Sitticcan na manhã da terça-feira (17) para comemorar os 74 anos de criação da Refinaria Landulpho Alves (RLAM). A mobilização que reuniu trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, da Acelen e de diversas empresas terceirizadas, aconteceu em um local que tem grande significado para a categoria petroleira: o Trevo da Resistência.
Neste Trevo, que fica no caminho que dá acesso à refinaria, já foram travadas muitas greves e mobilizações em defesa do Sistema Petrobrás e dos direitos da categoria. Por tudo o que representa, o local foi escolhido para ser palco não só de comemoração, mas também de luta e resgate dos direitos perdidos no último governo de extrema-direita, que quase acabou com a Petrobrás na Bahia.
“Temos um compromisso que, inclusive, foi referendado na 11ª Plenafup, que é o de lutar pelo retorno de todos(as) petroleiros(as) que foram obrigados(as) a sair da Bahia para outros estados, muitas vezes sofrendo xenofobia e racismo e garantir a manutenção dos empregos daqueles que estão aqui e fazem parte do quadro da Acelen”, afirmou a coordenadora do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento.
A coordenadora lamentou o que aconteceu com a refinaria após sua privatização em 2021. “A produção está caindo, unidades foram fechadas e os resultados operacionais são baixos e isto está impactando a sociedade baiana, prejudicando até a manutenção dos empregos. Por isso, a importância de lutar para que essa retomada da refinaria pela Petrobrás realmente aconteça. Trata-se também da defesa da nossa soberania”, finalizou.
O petroleiro e deputado estadual, Radiovaldo Costa (PT), lembrou a luta do Sindipetro Bahia e da FUP contra a privatização da RLAM e o alerta dado a respeito das consequências do monopólio privado. “Nós estávamos certos, além dos preços altos dos combustíveis, a privatização prejudicou a refinaria e seus trabalhadores. Nunca vimos um número tão reduzido de trabalhadores nesta refinaria como atualmente. Após a sua venda, a refinaria está operando com 67% da sua capacidade de processamento. A refinaria de Manaus, que também foi privatizada, parou de processar. Enquanto isto, 11 das refinarias da Petrobrás estão com 97% da sua capacidade de processamento”.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, reafirmou a luta pela reestatização do que foi privatizado no governo anterior. “No caso do Sistema Petrobrás, isto inclui a nossa RLAM, que hoje completa 74 anos, e também a REMAN. Queremos ainda o fortalecimento dos setores de fertilizantes e de biocombustíveis. Bacelar frisou que os(as) companheiros que quiserem retornar para a Bahia terão esta garantia, alertando que os processos de reestatização não podem gerar demissão em massa”.
O diretor do Siticcan, Antonio Loteba, defendeu uma Petrobras para todos. “Esta retomada é importante. A Petrobrás tem que voltar a ser realmente nossa, inclusive para os terceirizados, para dar a eles melhores condições de trabalho do que estão tendo hoje na Acelen. É reclamação todos os dias e as condições são as piores possíveis”.
Outro diretor do Siticcan, Claudio Guedes, também defendeu a volta da Petrobrás para o setor de refino na Bahia, reivindicando mais mudanças no critério de contratação da estatal, “assim como a Companhia mudou a política de preços dos combustíveis”.
O diretor do Sindipetro Bahia, Diogo Teixeira, conclamou a todos e todas a se darem as mãos para fortificar a luta pela manutenção dos empregos e incentivou a categoria a sempre procurar o sindicato.
O ato, que contou também com a presença de dirigentes da CUT e da CTB e de diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Supermercados (Sintrasuper) e do Sindicato dos trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel), foi finalizado com a certeza de que as entidades sindicais se manterão firmes na luta pela retomada da RLAM e garantia dos empregos.
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