Em rodada de negociação conjunta, realizada na última quarta-feira (02/08), na qual se esperava uma avaliação da contraproposta apresentada pelo Sindae para fechamento dos acordos coletivos 2023/2025 da CETREL e da DAC, as empresas resolveram insistir na mesma proposta já rejeitada pela categoria em assembleias realizadas na ETE, na Incineração e na UTA.
A proposta das empresas, acertadamente reprovada pelos (pelas) trabalhadores (as) da Cetrel e da DAC, era de apenas aplicar a reposição da inflação, aferida pelo INPC dos últimos 12 meses, para todas as cláusulas econômicas, retroativa à data-base de 1° de maio. Isso é, sem a menor dúvida, bastante aquém do que as empresas podem oferecer à sua força de trabalho.
Na última reunião o sindicato lembrou que a CETREL e a DAC vivem um bom momento do ponto de vista financeiro, verificado no balanço das empresas do ano passado, e que o momento da economia baiana e brasileira é de retomada do crescimento, com perspectiva de avanços significativos, em especial após as recentes aprovações tanto do novo arcabouço fiscal quanto da reforma tributária no congresso nacional. Além disso, a perspectiva de abertura de novas empresas no Polo de Camaçari deve ampliar as oportunidades de negócios.
Ao mesmo tempo que alega dificuldades na mesa de negociação, a própria empresa confirmou que o resultado do EBITDA do primeiro semestre de 2023 foi de R$ 63,6 milhões, indicando que esse índice será maior que no ano de 2022 (que já foi um ano extraordinário). Para corroborar com esse dado, a meta do EBITDA para 2023 é 16% maior que o ano passado, ou seja, as empresas projetam um crescimento consistente de sua receita, por isso será preciso avançar tanto no ganho real de salários quando nas demais cláusulas econômicas do ACT, sendo que esse é o momento de valorizar o (a) trabalhador (a). É importante lembrar que esses resultados financeiros extraordinários são fruto do esforço coletivo dos trabalhadores e o debate agora é sobre quem vai se apropriar dele com justiça, uma vez que a maior parte do excedente econômico gerado pela exploração do trabalho da categoria tem sido apropriado pelos acionistas. É hora de produto do trabalho retornar a quem produz, que são os (as) trabalhadores (as).
Diante da posição equivocada das empresas, de não apresentarem ganho real à categoria, a diretoria executiva do Sindae vai se reunir para avaliar com os (as) trabalhadores (as) as próximas ações da campanha salarial e não estão descartadas paralisações nas unidades ou outras formas de mobilização para pressionar as direções das empresas.
Vamos à luta!
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