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Quinta-feira, 10 de Julho de 2025

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Os desafios das trabalhadoras e dos trabalhadores face a face a crise da saúde

Porém, nunca é demais lembrar que a atual conjuntura de caos social não vem de agora

Os desafios das trabalhadoras e dos trabalhadores face a face a crise da saúde
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Na análise do tema em questão, embora tenha foco direto na relação do trabalho com as questões da saúde, não podemos deixar de relacioná-lo com outras questões que estão inexoravelmente ligados e causadores dos problemas de saúde que atingem a grande maioria das trabalhadoras e dos trabalhadores no Brasil. Do ponto de vista das políticas públicas, podemos dizer que a crise de saúde na atualidade, vem do total descaso dos nossos governantes de todas as esferas, principalmente na esfera federal que, inclusive vem praticando ações que se configuram intencionais no agravamento da crise pandêmica.

Quanto aos governantes dos Estados e Municípios, a despeito de alguns parcos, senão insuficientes esforços com vistas à proteção dos trabalhadores e da sociedade de forma gera, o que vemos de efetivo são as políticas de austeridade fiscal, com atenção primordial e servil aos pequenos grupos privilegiados da elite econômica (bancos, rentistas, industriais, agronegócio, entre outros), açambarcando as riquezas produzidas por nossa classe, relegando para os trabalhadores as sobras do capital.

Não venho fazer uma análise mais aprofundada do ponto de vista científico, eis que requer a exposição de teses metodicamente elaboradas a serem feitas por profissionais das diversas áreas sociais, política, econômica e ambiental, acerca dos impactos das ações dos governos. O que trago aqui é tão somente um manifesto em caráter de desabafo, enquanto mero trabalhador público que sobrevive exclusivamente da renda salarial, condição da maioria esmagadora dos mais de 209 milhões de brasileiros e brasileiras.

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O que fica para reflexão de todos nós, é a questão da ineficiência das ações dos governantes, no âmbito das políticas públicas, que deveriam suprir as carências de toda a sociedade no Brasil, principalmente na conjuntura da crise de saúde em razão da pandemia. Em razão da política voltada de forma eficiente para saciar os cofres da elite financeira, o que vivenciamos é o total abandono das necessidades sociais, aprofundando ainda mais o atual estado de empobrecimento das classes média e baixa.

Porém, nunca é demais lembrar que a atual conjuntura de caos social não vem de agora. Não devemos perder de vista que a atual crise pandêmica mundial e, particularmente no Brasil, só serviu para desnudar a farsa montada em torno dos projetos econômicos levados a efeito por nossos parlamentares nas esferas federal, estadual e municipal. Não podemos e não devemos aceitar medidas de ajuste fiscal, que tragam retirada de direitos e redução dos meios de sobrevivência. Como suportar redução e congelamento salariais, aumento da taxação sobre os rendimentos, aumento da carga horária de trabalho, redução da proteção ao trabalhador nas leis trabalhistas, desvio das verbas para saciar os esquemas da dívida pública, sem a devida contrapartida, eis que não são convertidas em investimentos na saúde, educação, transporte e segurança?

A crise que se configura nos diversos setores das políticas públicas, na verdade são consequências de uma crise moral que nos chama a uma avaliação mais profunda sobre nós mesmos. Não devemos alimentar a ilusão de que mudaremos o estado de coisa, apenas através do voto. Definitivamente, não. Estamos sendo convocados a mudanças de paradigmas em todos os meios da sociedade civil organizada. As manifestações mais radicais que, tardias ou não, começam a florescer nos quatro cantos deste país continental, vem dando mostras de que o protagonismo da política nacional não poderá continuar nas mãos frágeis – do ponto de vista moral – da classe política profissional. Digo manifestações mais radicais, sem fazer alusão quanto forma violenta como o termo “radical” geralmente é interpretado, mas sim, radicais porque está sendo praticado pelas raízes da sociedade, a exemplo do movimento negro contra o racismo, movimento contra o genocídio do povo indígena, movimento feminista, movimento LGBTQI+, movimento do povo sem moradia e tantos outros, que começam a mostrar que o protagonismo, necessariamente, tem que vir do povo.

Devemos ter em mente que nossos parlamentares deverão exercer o papel exclusivamente de reverberar as pautas populares. Nessa perspectiva, o protagonismo deverá ser radical, ou seja, dos movimentos sociais que venham das raízes da população, condição única para que possamos estabelecer a paz social, que vem de uma melhor divisão das nossas riquezas, porém para usufruto de quem mais produz, ou seja, da classe trabalhadora.

 

Antonio Jair Batista Santos Filho

Participante do Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público

Participante do movimento em defesa da Auditoria Cidadã da Dívida Pública – Núcleo Bahia

FONTE/CRÉDITOS: Antonio Jair
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Antonio Jair

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