Você sabe o que é FEMINICÍDIO?
Feminicídio é assassinato de mulheres por elas serem mulheres, e geralmente são cometidos por parceiros ou ex-parceiros (71%). Em uma conta simples chegamos a 5.162 mulheres mortas entre 2016 até o primeiro semestre de 2020. Esse número é considerado como subnotificado, e não inclui o “homicídio” de mulheres ocorrido em assaltos ou outras formas de violência consideradas “violência urbana”.
Nessa guerra contra as mulheres, a mulher negra está em situação ainda mais grave, pois além do machismo, o racismo é outro golpe na sua carne.
É natal, fim de ano, tempo de falar amenidades e torcer para que 2021 seja melhor que 2020. Não será, para ao menos seis famílias que perderam suas mães, filhas e irmãs na semana do Natal, assassinadas barbaramente pelos seus parceiros ou ex-parceiros, e nem para as 5.162 famílias das outras mulheres igualmente assassinadas. E para as que sobreviveram a expectativa é de piorar ainda mais no próximo ano, como vem piorando desde 2016, um ano depois de promulgada a lei 13.104/15 (a “lei do feminicídio”).
A Culpa é da lei? Precisa aumentar a pena?
É negativa a resposta a essas duas perguntas. A culpa é do machismo e do racismo estruturais em um Brasil que nesses últimos 4 anos regrediu quase 100 anos e exala com orgulho torpe o cheiro podre de cadáveres ressurgidos das tumbas, sendo alguns deles até alçados a postos de comando no País!
Em 2021 a esperança está nas mulheres sobreviventes e nos homens feministas acordados pelos gritos dessas 6 mulheres que eram golpeadas até a morte enquanto nas casas se tocava “jingle bell”. Isso não pode ser esquecido. Não são apenas seis, são cinco mil cento e sessenta e dois motivos para todas e todos atuarmos fortemente pelo fim do feminicídio assustador no Brasil, um dos 5 piores países para as mulheres. É grave. É inadmissível. É odioso!
Façamos a nossa parte, por nossas mães, irmãs, filhas e por nós mesmas, mulheres e homens que desejam a todos e todas o direito a uma vida sem violência.
*Denise Carneiro é dirigente da CSP-Conlutas/BA e do Coletivo Resistência e Luta no Judiciário.
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