Desde março de 2025, o Sindipetro Bahia vem conduzindo rodadas de negociação com a Acelen para a implantação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), buscando substituir o atual Programa de Participação nos Resultados (PPR). O processo, que tem contado com média de duas reuniões por mês e se intensificou em junho — com três encontros previstos, sendo dois já realizados — caminha para consolidar uma proposta que represente avanços concretos para a categoria.
Após debates de múltiplos remuneratórios, a empresa apresentou uma proposta de remuneração atrelada a 3 remunerações, condicionada ao desempenho financeiro da empresa, com destaque para o EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), que deve nortear o cálculo da premiação.
Pela proposta, quando alcançado o percentual dos indicadores, para esse ano, contaremos ainda com o EBITDA, para assim a empresa pagar essas 3 remunerações.
O EBITDA, fundamental para medir o desempenho operacional da empresa, tem sido alvo de análise rigorosa da assessoria econômica do DIEESE. O sindicato destaca que, apesar da importância deste gatilho, a governabilidade dos trabalhadores sobre seus componentes é limitada. A Acelen sinalizou que, caso as metas sejam plenamente cumpridas, poderá avaliar pagamentos proporcionais, mantendo a possibilidade de premiação máxima prevista. Em paralelo, o sindicato tem enfatizado a necessidade de garantir que esse modelo traga justiça e segurança para a categoria.
A Acelen apresentou propostas detalhadas, com indicadores financeiros e operacionais que foram amplamente discutidos. O sindicato questionou exaustivamente cada ponto, levantando dúvidas e apontando incongruências que foram prontamente corrigidas pela empresa. Indicadores com dificuldades de alcance foram criticados, especialmente sobre o acompanhamento prático, levando a empresa a garantir pontos focais por área, modelo já usado na engenharia de produção.
A comunicação das metas também esteve em pauta. O sindicato sugeriu que, além dos murais já existentes, as metas sejam divulgadas nas TVs corporativas. A equipe de RH admitiu atrasos na comunicação e apresentou plano de ação para melhorias, ressaltando que isso será considerado na estratificação de perdas, ferramenta que ajuda a filtrar o que realmente importa para os indicadores.
Questões de segurança operacional, como a gestão de alarmes inibidos e suprimidos, também foram discutidas.Segundo a empresa, a redução significativa desses alarmes tem sido possível graças a equipes focais e aos Grupos Técnicos (GTs). A equipe de RH reafirmou que “a segurança é inegociável”, reforçando o compromisso com a cultura de zero acidente e o aprimoramento contínuo na rotina operacional.
Após a quarta rodada, o sindicato encaminhou análises técnicas solicitando redistribuição dos pesos dos indicadores e ajustes, além de alertar para riscos em unidades específicas (U-33, U-37 e U-39), devido à falta de manutenção e ausência de peças sobressalentes. Foi solicitado que a Acelen priorize manutenções preventivas e melhore a comunicação sobre a rotina de manutenção.
Na última reunião, a empresa pediu desculpas por falhas na comunicação que impediram a apresentação formal dos indicadores finais, e uma nova reunião está agendada para ajustes finais. A Acelen ratificou a proposta do EBITDA, utilizando 50% deste indicador vinculada à remuneração de até três salários, reforçando a abertura para negociações futuras.
O sindicato compreende que nesta negociação obtivemos avanços, mas alguns ajustes são necessários antes da apreciação pela categoria.
O Sindipetro Bahia segue firme, defendendo os interesses dos trabalhadores com diálogo técnico e transparente, para garantir que a PLR seja justa, reconheça o esforço coletivo e valorize a categoria na Acelen. Nas negociações, participaram a coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, e os diretores da base Acelen, Diogo Teixeira, Mateus Capinam e Vanilson Rios. O sindicato contou com o suporte da assessoria jurídica, representada pelo advogado Dr. Clériston Bulhões, e da assessoria econômica do DIEESE, com a Superintendente Regional Ana Georgina Dias.
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