Na manhã desta quarta-feira (04/12), o Sindae realizou um ato de resistência no Centro de Convenções do Hotel Fiesta, em Salvador, durante o encontro anual promovido pela Embasa com gestores(as) e trabalhadores(as) de todas as regiões do estado. A manifestação teve como principais pautas o combate ao assédio empresarial, o repúdio à implementação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) na companhia e a exigência de devolução do Sistema de Disposição Oceânica (SDO) da Boca do Rio, cujo contrato de PPP expira em agosto de 2026.
Aproveitando a presença maciça de centenas de trabalhadores(as), o Sindae lançou um alerta contundente sobre os riscos da privatização, enfatizando que a Embasa não está imune ao cenário nacional de entrega de empresas públicas ao setor privado. “Na Embasa, não aceitaremos privatização, nem PPPs. Não queremos a Aegea na nossa empresa. A Embasa não precisa aprender com nenhuma empresa privada, seja daqui ou de fora”, destacou Luiz Geovane, Diretor de Formação Sindical, Cultura, Política e Estudos Socioeconômicos do Sindae.
O coordenador do sindicato, Grigorio Rocha, denunciou o que chamou de lobby interno pela renovação do contrato da PPP do SDO da Boca do Rio, uma parceria que já trouxe prejuízos significativos aos cofres da estatal, superando R$ 1 bilhão. Rocha foi enfático ao cobrar que a direção da Embasa assuma a responsabilidade pela reversão dessa PPP, garantindo que o sistema seja integrado ao controle público.
A interferência crescente de interesses privados na Embasa foi outro ponto destacado no protesto. Aloísio Filho, Diretor Administrativo e Financeiro do Sindae, revelou que gestores têm sofrido ameaças de empreiteiros por cumprirem suas funções de fiscalização. “Quando um gestor questiona as faturas de empreiteiras, o dono da empresa liga para Salvador e pede sua demissão. Isso é inaceitável!”, denunciou. Ele reforçou a necessidade de unidade e mobilização da categoria para enfrentar o desmonte da Embasa enquanto patrimônio público.
As críticas às PPPs foram categóricas: esses contratos fragilizam a Embasa ao desviar recursos que deveriam ser destinados à universalização do saneamento para enriquecer empresários que exploram os setores mais lucrativos da companhia. Além disso, a lógica privatista precariza serviços, subverte o interesse público e fomenta práticas corruptas.
A direção do Sindae reafirmou que a luta está apenas começando. O sindicato intensificará suas ações, mobilizando trabalhadores(as) e sociedade em defesa da Embasa e do saneamento público de qualidade.
Vamos à luta!
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