Com salários atrasados há mais de três meses, os profissionais de saúde que trabalham em hospitais administrados pela Fundação José Silveira (FJS) estão enfrentando descontos ilegais em seus contracheques e o descumprimento de uma série de itens da lei trabalhista. “Essa Fundação tem recebido todos os repasses da Secretaria de Saúde do governo estadual para que sejam pagas as suas faturas. Nada justifica o tratamento que tem sido dispensado aos trabalhadores e trabalhadoras da Saúde”, denuncia Deyvid Bacelar, que, por ser membro do Conselho de Participação Social (CPS) do Governo do presidente Lula, foi convocado para ajudar nas negociações e encontrar uma solução para o problema junto à Fundação José Silveira. “O piso salarial de enfermeiros e auxiliares de enfermagem está abaixo do salário mínimo”, destaca Bacelar.
Nos últimos meses têm sido constantes os atrasos no pagamento dos salários de profissionais de saúde que atuam no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e em outras unidades de saúde na Bahia. “Esses atrasos recorrentes nos pagamentos, que em alguns casos se estendem por meses, causam dificuldades financeiras e geram instabilidade para os profissionais de saúde, que dependem do pagamento para garantir sua subsistência e a dos seus familiares”, ressalta Bacelar.
Embora os atrasos tenham sido amplamente denunciados pelos trabalhadores e por entidades de classe, que buscam soluções para a situação, a Fundação José Silveira tem ignorado as reclamações, com consequências que comprometem os equipamentos administrados pela Fundação. Além dos atrasos, outros problemas como falta de pagamento de benefícios e falta de material também foram relatados pelos funcionários. “A falta de pagamento pode impactar a qualidade do atendimento e a estabilidade da equipe de saúde, prejudicando o sistema como um todo”, desabafa uma enfermeira.
Médicos que trabalham na UPA do HGCA relatam atrasos nos pagamentos dos honorários desde setembro de 2024. Entidades de classe e sindicatos cobram dos órgãos de controle maior rigor na fiscalização dos contratos da Fundação com a Secretaria de Saúde da Bahia para que seja garantido o cumprimento das obrigações. Além do Clériston Andrade, a Fundação José Silveira tem enfrentado problemas com atrasos salariais dos seus enfermeiros e técnicos de enfermagem também no Hospital Geral de Vitória da Conquista. Esses atrasos têm gerado insatisfação e mobilizações dos trabalhadores.
O Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (SEEB) vem organizando assembleias e manifestações. A situação inclui atrasos no pagamento de salários, benefícios como férias e complemento salarial previsto na Lei do Piso Nacional da Enfermagem, além de FGTS. “É lamentável que os profissionais de saúde, que já lidam com jornadas de trabalho exaustivas e alta demanda, tenham de enfrentar esse tipo de situação. Esperamos que seja encontrada uma solução rápida para os problemas”, frisou Bacelar.
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