É muito preocupante a informação que chega ao conhecimento do Sindae da construção do trecho 2 do Sistema Viário BRT, sigla em inglês para o sistema de ônibus de transporte rápido, pela Prefeitura de Salvador, sem considerar nenhum estudo de impacto sobre as redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Embasa. A obra, que foi feita indevidamente sobre tubulações da empresa, fica localizada na Avenida Juracy Magalhães, onde passam 70% de todos os esgotos coletados na capital.
Para se ter ideia da gravidade do problema, de acordo com uma nota técnica da própria Embasa encaminhada à Engetec Construções e Montagens S/A, que é a responsável pela execução da obra pertencente à Prefeitura Municipal de Salvador, o documento já apontava desde o ano passado para a inviabilidade de futuras manutenções na rede de esgoto para limpezas e eventuais reparos, diante do risco de comprometer a própria infraestrutura do BRT nos casos de quebramento das tubulações.
Embora técnicos da Embasa tenham feito esses alertas à Prefeitura, no sentido de buscar soluções para compatibilizar a implantação da nova linha de transporte urbano sem comprometer a segurança da operação do sistema de esgotamento sanitário, não houve sucesso nas tratativas e a obra seguiu sem obedecer os requisitos técnicos adequados. Outros problemas parecidos de interferência da construção do BRT no trecho da linha 1 em equipamentos da empresa também foram apontados e repetidamente desconsiderados pelo município.
Na verdade, o que se esperava da Embasa diante do descaso da Prefeitura nesse flagrante caso de omissão e irresponsabilidade, que pode ser considerado uma tragédia anunciada, com possíveis impactos nos usuários do BRT e de trabalhadores (as), era uma ação mais enérgica da alta direção da empresa para que essa obra fosse imediatamente paralisada até que as medidas de adequação apontadas pelo corpo técnico da empresa tivessem sido adotadas.
O Sindae continuará denunciando e cobrando explicações. Não estão descartadas denúncia ao MP e medidas judiciais para que os responsáveis sejam chamados a ter que responder sobre seus atos, seja por ação ou omissão, gerando perigo para a população e prejuízos para a Embasa.
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