A maior biorrefinaria de etanol de grãos da América Latina teve sua pedra fundamental lançada ontem pela empresa Inpasa no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano, a 950 quilômetros de Salvador.
“Escolhido devido à sua pujança no agronegócio brasileiro, o município tem ampla capacidade para o desenvolvimento das culturas de milho e sorgo. É a transição energética acontecendo na Bahia e inspirando o Brasil. E é só o começo”, comemora o conselheiro do presidente Lula e coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros Deyvid Bacelar.
Segundo ele, a construção da planta deve movimentar diversos setores da economia e gerar pelo menos 2500 empregos durante a fase de construção, que será iniciada já em dezembro próximo. “A oitava unidade deve entrar em operação no primeiro trimestre de 2026, gerando aproximadamente 450 empregos diretos e 1500 indiretos”, afirma Bacelar.
Com um modelo de negócio inovador, o empreendimento vai gerar emprego e renda, tanto no campo, quanto na cidade, além de estimular o desenvolvimento tecnológico, econômico e sustentável.
De acordo com a Inpasa, serão processados etanol anidro, hidratado e neutro, a partir do milho, com uma produção prevista de 460 milhões de litros por ano de etanol, 230 mil toneladas anuais de grãos secos de destilaria (DDGS), coproduto que terá potencial de uso na alimentação animal.
“A planta deve estimular a rotação de culturas e o cultivo da segunda safra de cereais, principalmente sorgo e milho, facilmente adaptáveis ao clima local”, disse o vice-presidente da Inpasa Rafael Ranzolin.
BIOCOMBUSTÍVEL
A FUP participou também de uma reunião com a nova diretoria executiva da Petrobrás Biocombustível (PBio). De acordo com Bacelar, o encontro foi uma oportunidade para aproximar a gestão da empresa dos trabalhadores e trabalhadoras.
“Temos expectativas de mudanças significativas no direcionamento da companhia”, disse Bacelar.
Os novos diretores da PBio destacaram brevemente suas trajetórias na empresa e apresentaram os planos para o futuro.
“O foco está em expandir e desenvolver novos negócios, além de redesenhar processos em colaboração com a Petrobrás, visando uma maior integração da PBio ao sistema e processos da companhia”, relatou Bacelar, que deu as boas-vindas aos novos diretores e ressaltou a importância da reunião.
“É fundamental dialogar sobre a PBio, sua relevância para o país, para a agricultura familiar, e como os trabalhadores podem contribuir para o processo de revitalização e modernização da Petrobrás Biocombustível.”
Entre os temas discutidos, a expectativa de que a nova direção da PBio assuma um papel de liderança na transição energética justa, pauta defendida pela FUP.
Deyvid Bacelar argumenta que a PBio pode ser uma peça-chave na implementação de uma matriz energética mais sustentável, ampliando o uso de biocombustíveis e reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
“Enxergamos a Petrobrás como um sistema, e a PBio é parte desse sistema. Por isso, a integração é essencial. Não faz sentido ter uma diretoria de transição energética na Petrobrás sem diálogo com a PBio”, completou Bacelar.
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