Logo após o Sindae receber a informação do acidente envolvendo um vazamento de cloro-gás no Parque da Bolandeira, em Salvador, na Unidade da Embasa onde ficam as Estações de Tratamento de Água - ETAs Vieira de Melo e Teodoro Sampaio, representantes do sindicato foram até o local para acompanhar de perto a situação e se colocar à disposição dos (das) trabalhadores (as) para ajudar no que fosse necessário.
O Diretor do Sindae, Fernando Biron, responsável pela Região Metropolitana, esteve no local e encontrou um cenário de bastante apreensão dos (das) trabalhadores (as), que, segundo relatos, por iniciativa dos (das) próprios (as) operadores (as) das ETAs, foram impedidos de adentrar na empresa devido aos riscos causados pelo gás.
De acordo com a Embasa, em nota publicada na intranet, o vazamento de cloro-gás ocorreu ainda na madrugada desta quinta-feira (20/04), momento em que, imediatamente após a constatação do problema, a brigada de emergência de plantão da empresa fornecedora do produto químico foi acionada para conter o vazamento e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança na área do parque.
Segundo o que foi levantado pelo sindicato, inicialmente os operadores da ETA Vieira de Melo, munidos de trajes especiais e máscaras autônomas de oxigênio, tentaram sanar o vazamento, sem sucesso. O vazamento só foi solucionado às sete e trinta da manhã com a chegada da brigada de emergência da fornecedora do produto químico. Uma vez que foi restabelecida a normalidade, os (as) trabalhadores (as) que se sentiram seguros foram liberados para o trabalho, outros (as) foram liberados (as) das suas atividades. Pelo menos três pessoas se acidentaram e tiveram que passar por atendimento médico. Na correria, um operador tropeçou em um buraco na saída de uma passarela que dava acesso aos cilindros de cloro e bateu o joelho, uma operadora passou mal e um vigilante chegou a ser exposto ao produto, inalando-o. Felizmente todos foram liberados e passam bem.
O acidente ocorrido na Bolandeira demonstra, cabalmente, o quanto a Embasa está despreparada para lidar com esse tipo de situação. É bom destacar que o problema só foi resolvido pela equipe da própria empresa fornecedora do produto, recurso que não existe no interior do estado, onde há centenas de equipamentos como esse em funcionamento. Para se ter uma ideia, o gás do cloro é extremamente tóxico e uma vez inalado entra em contato com outras substâncias do corpo, como a água, gerando ácidos tóxicos que podem levar à asfixia e à morte.
De acordo com a Gerência de Segurança e Medicina do Trabalho – GPES, o setor já havia feito um relatório sobre os constantes vazamentos de cloro-gás na Vieira de Melo, que seria entregue à nova diretoria de Operação da Região Metropolitana - DM nesta semana. O Técnico de Segurança do Trabalho - TST responsável pela área já vinha alertando sobre esses vazamentos e feito relatórios, inclusive existia uma solicitação para que o pessoal da área administrativa que trabalha na Vieira de Melo fosse transferido para outros parques.
Na ocasião, o Sindae também ouviu dos (das) trabalhadores (as) da Bolandeira diversos apontamentos de falhas e necessidades de melhorias, mas cobrará formalmente da empresa um plano de ação imediato, para que se evite a repetição de situações como essa, que pode levar à morte de pessoas.
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