Nem a chuva que caiu na manhã desta quarta-feira (29) em Salvador impediu a categoria petroleira de participar do ato pela reabertura do edifício Torre Pituba, em defesa da Petros e contra o superbônus de R$ 9 milhões de reais dados a diretores da Fundação, enquanto os aposentados e pensionistas mal conseguem pagar o equacionamento do fundo de pensão da categoria.
A mobilização que aconteceu também na sede da Petrobrás e da Petros, no Rio de Janeiro, foi ainda pela suspensão do equacionamento da Petros e contra as privatizações das unidades da Petrobrás, que estão em andamento por ordem da diretoria e conselheiros bolsonaristas que permanecem na estatal.
O ato aconteceu em frente ao edifício sede da Petrobrás na Bahia, denominado Torre Pituba, no bairro do Itaigara e reuniu petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas de Salvador, Feira de Santana, Alagoinhas, Pojuca, Catu, Mata de São João, São Sebastião do Passé, Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Lauro de Freitas. Estiveram presentes também representantes da Aepet, Astape, Cepe Stella Maris, Mataripe e Salvador.
Decisões importantes
Nesta quarta-feira acontece no Rio de Janeiro duas importantes reuniões: a reunião do Conselho Deliberativo da Petros para aprovar as contas da Fundação e a reunião ordinária do Conselho de Administração (CA) da Petrobrás (ainda composto por indicados de Bolsonaro), que está prestes a aprovar a manutenção das privatizações indo contra uma posição pública do presidente Lula. Nesta manhã, o Ministério de Minas e Energia enviou outro ofício ao CA da Petrobrás, solicitando a suspensão dessas privatizações pelo prazo de 90 dias para avaliação do governo federal e da nova gestão da empresa, cuja diretoria toma posse hoje.
“A expectativa é que o resultado destas reuniões nos traga informações positivas em relação à suspensão dos 38 projetos de privatizações que estão em discussão e com a aprovação de contas que coloque em ressalva essa questão do pagamento do superbônus para diretores da Petros”, espera o Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
A FUP e o Sindipetro-BA garantem que se o CA, mesmo com a solicitação contrária do governo Lula, tomar a decisão de dar continuidade ao processo de privatizações das unidades do Sistema Petrobrás, a categoria petroleira vai entrar em greve. Esta possibilidade, inclusive, já está sendo discutida nacionalmente em assembleias, que estão aprovando o estado de greve. “Não vamos aceitar que a Petrobrás continue sendo fatiada e vendida por decisão de um governo que já foi derrotado nas urnas”, afirma o diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
Geração de emprego e renda
Além de defender a suspensão do equacionamento da Petros, que está tornando inviável a vida financeira de milhares de aposentados e pensionistas da categoria petroleira, Radiovaldo ressalta a importância da reocupação do Edifício Torre Pituba – que tem 22 andares, conta com 224 estações de trabalho por andar, mais de 2.600 vagas de estacionamento e poderia abrigar quase cinco mil postos de trabalho.
O prédio foi desativado na gestão Bolsonaro e os trabalhadores transferidos para outros estados, já os terceirizados foram demitidos. “O edifício pode abrigar postos de atendimento presenciais da AMS (plano de saúde da categoria) e da Petros, acomodar o pessoal da ativa da RLAM, da UN-BA. Ali também poderia ser instalada a Universidade Petrobrás. Enfim, trazer mais investimentos para a Bahia, gerando emprego e renda para o estado”, argumenta o sindicalista.
A também diretora do Sindipetro, Elisabete Sacramento, acredita que os petroleiros devem continuar a se manifestar para fazer com que a diretoria, que ainda está compondo a Petrobrás, se sensibilize de alguma forma e atenda as solicitações do atual governo, que foi eleito democraticamente. Para ela, a necessidade de unificar a luta em defesa do Sistema Petrobrás vai permanecer mesmo após os indicados do presidente Lula tomarem posse no CA, pois o governo não tem maioria na Câmara e, apesar de democrático, é um governo de ampla coalizão”.
O coordenador da FUP também defende a continuidade das mobilizações, quando necessárias. “Sindicato é sindicato, partido é partido e governo é governo. Precisamos cumprir o nosso papel de pressionar e de mobilizar como estamos fazendo hoje em Salvador e no Rio de Janeiro”.
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