A privatização da Chesf segue fazendo vítimas. Nas últimas semanas, a Chesf anunciou a demissão de 123 vigilantes da empresa Interfort, 80 desses profissionais atuavam na segurança patrimonial da companhia, em Paulo Afonso. Em parceria com o sindicato dos vigilantes, o Sinergia participou da audiência pública, realizada na Câmara Municipal da cidade, que debateu os efeitos dessas demissões.
Para Raimundo Lucena, que representou o Sinergia e a Frune na Audiência, a maioria dos trabalhadores terá grandes dificuldades de recolocação no mercado, pois eles já possuíam muitos anos na empresa e alguns estão com a idade avançada. “Esse é um dos efeitos perversos da privatização. As demissões têm consequências na vida dessas pessoas, na segurança da empresa e, até, na economia da cidade”, destacou.
E os efeitos da privatização podem ser ainda mais cruéis. Segundo Paulo Brito, presidente do Sindvigilantes Bahia, estima-se que o somatório de trabalhadores já desempregados ou com previsão de desligamento nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe ultrapasse 400 Vigilantes, muitos deles com até 30 anos atuando na Chesf. O dirigente contabilizou e classificou as demissões como uma tragédia. “Se considerarmos uma família com média de 05 pessoas, falaremos de pelo menos, 1200 pessoas atingidas por esta demissão. Este número, com certeza, pode aumentar”, lamentou o dirigente.
Na audiência, os parlamentares lamentaram a postura da Chesf e se comprometeram em ajudar na luta pelos direitos desses trabalhadores. O Sinergia também destacou que será um parceiro, colocando sua estrutura à disposição. “Somos um sindicato cidadão e essa luta também é nossa, ajudaremos no que for possível”, garantiu Raimundinho.
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