Termina no dia 6 de setembro a chamada pública do Ministério da Educação (MEC) para a educação de jovens adultos (EJA). A campanha é uma das estratégias previstas no Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos, cujo objetivo é estimular a volta aos estudos dessa parcela da população que não frequentou a escola ou que precisou abandonar os estudos.
Na Bahia, a APLB-Sindicato luta pela EJA e pela educação de qualidade da classe trabalhadora. As diretoras Arielma Galvão e Rose Assis representam a APLB no Comitê de Defesa da Educação de Jovens e Adultos (CODEJA), integrado por outras entidades, sob a coordenação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que cerca de 11,4 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não estão alfabetizados. Desse número, pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais do que o dobro de brancos (4,3%). Mais de 57 milhões estão no meio urbano (79,3%); e 15 milhões, no meio rural (20,5%). No entanto, ainda há 1.008 municípios que não ofertam educação de jovens e adultos, segundo o Censo Escolar 2023.
Para superar essa realidade e garantir os direitos educacionais de jovens, adultos e idosos, a campanha está sendo realizada em parceria com as redes de ensino de todo o País e com a sociedade em geral. A chamada não apenas identifica potenciais estudantes, mas também coordena ações entre o poder público e a sociedade civil para promover uma educação inclusiva e equitativa.
A cozinheira Eline Maria da Silva, que concluiu o ensino médio por meio da EJA, contou que abandonou a escola aos 16 anos. Havia se divorciado e estava passando dificuldades financeiras quando decidiu voltar para a escola. “Meus filhos não iam me ver. Foi aí que eu falei: ‘É, eu tenho que fazer algo por mim’. E foi aí que tudo começou na EJA, tive a oportunidade de conhecer professores maravilhosos, que me mostraram o meu devido valor, concluir o meu ensino médio. Eu, com 37 anos, e você está longe da sua mãe e ouvir que você é capaz. Não tem felicidade maior do que isso”, afirmou.
Campanha – Desde julho, quando foi lançada a campanha, estão sendo feitos debates presenciais e virtuais sobre a modalidade de ensino, a mobilização e a articulação da sociedade civil nos territórios e a sensibilização do tema em espaços públicos. O MEC também realiza eventos presenciais e atividades on-line, para orientar os sistemas de ensino sobre como acessar os programas que fazem parte do Pacto EJA.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê a realização de chamadas públicas para universalizar o acesso à escolarização, concentrando esforços em indivíduos não alfabetizados ou que não concluíram a educação básica. Os interessados em se matricular devem procurar as escolas mais próximas ou as secretarias municipais e estaduais de ensino para conseguir mais informações sobre o processo. Caso não seja possível oferecer vagas imediatamente a todos os estudantes interessados, a LDB diz que é necessário registrar essa demanda em listas de espera, com critérios claros para sua organização.
Pacto – O Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos prevê a criação de 3,3 milhões de novas matrículas em EJA e de sua oferta integrada à educação profissional e tecnológica, com um investimento de mais de R$ 4 bilhões. Os municípios puderam realizar a adesão até 12 de agosto, por meio do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec).
EJA – A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino prevista na LDB. Ela envolve tanto o ensino fundamental quanto o ensino médio e é voltada para indivíduos que não completaram a educação básica. O público-alvo da EJA é formado, portanto, por jovens de 15 anos ou mais e por adultos.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi)
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