Em uma demonstração de determinação, os (as) trabalhadores (as) da CETREL e da DAC, reunidos (as) em assembleias extraordinárias realizadas na última sexta feira (06/10), decidiram pela realização de mais uma paralisação de advertência, agora de 48 horas, nos dias 17 e 18 de outubro. A decisão foi tomada em resposta à intransigência das empresas em se negar a negociar com o Sindae.
Convém lembrar que no dia 24 de agosto o Sindae realizou uma paralisação curta, no início da manhã, visando pressionar as empresas a marcar uma reunião para discutir o Acordo Coletivo de Trabalho - ACT e fez uma paralização de advertência. Naquela ocasião, as empresas firmaram compromisso de se reunir com representantes do Sindae, mas lamentavelmente não honrou essa promessa. Por conta disso, no dia 28 de setembro foi feita uma paralização de advertência de 24 horas.
A última proposta apresentada pelas empresas às negociações salariais foi um reajuste correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 3,83% nos salários e 4,83% no auxílio creche, educação, filho com deficiência, funeral e alimentação, sem a inclusão de nenhuma cláusula nova ou qualquer avanço nas negociações em relação à pauta apresentada pela categoria.
Os (as) trabalhadores (as) da CETREL e da DAC, conscientes de suas necessidades, reivindicam um ACT que contemple suas condições de trabalho e remuneração de maneira mais justa e condizente com a realidade econômica do país e das empresas, que obtiveram em 2022 o maior lucro de sua história. Curiosamente, o Dieese apontou que 89% das negociações analisadas até 10 de agosto deste ano garantiram ganhos reais aos salários, ao tempo em que CETREL e DAC estão fora da curva e mais preocupadas em engordar os bolsos dos acionistas do que a melhorar a remuneração de quem produz o excelente resultado econômico que exibem, no caso, os (as) trabalhadores (as).
A decisão de iniciar uma paralisação de advertência foi deliberada em três assembleias realizadas durante a sexta-feira (6 de outubro). Pela manhã, na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), sede da CETREL, e duas outras durante à tarde, uma na unidade de Incineração e outra na Distribuidora de Águas de Camaçari (DAC), que é administrada pela CETREL, ambas as empresas pertencentes à Braskem. Nessas assembleias, cerca de 55% dos (das) trabalhadores (as) presentes votaram a favor da paralisação. As assembleias contaram com a participação de 160 pessoas no total.
A greve de advertência é uma medida legítima e necessária para pressionar a empresa a retomar as negociações de maneira séria e efetiva.
O Sindae está disposto a buscar um acordo que atenda às expectativas dos (as) trabalhadores (as) e a CETREL ainda tem a oportunidade de encerrar essa paralisação de advertência se apresentar uma proposta bem melhor do que a que vem impondo até o momento. A direção do Sindae continuará em contato com as empresas nos próximos dias, buscando uma solução para o fechamento do acordo. Caso não se chegue a um bom termo, não estão descartadas novas e mais amplas paralisações.
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