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Segunda-feira, 17 de Marco de 2025

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Após privatização, baianos pagam o gás de cozinha mais caro do Nordeste

Na comparação entre estados, a Bahia só perde apenas para Roraima e Amazonas

Após privatização, baianos pagam o gás de cozinha mais caro do Nordeste
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Com o gás de cozinha sendo vendido a preço médio de R$ 121,69, a Bahia ostenta atualmente o botijão mais caro do Nordeste e o terceiro mais caro do país. Segundo levantamento do INEEP, com base nos dados da ANP, enquanto a média nacional  do gás de cozinha (GLP) foi de R$ 107,21 em janeiro – um aumento de 6,3% em comparação ao mesmo período do ano passado – na Bahia, este aumento foi de 14,5%.

Na comparação entre estados, a Bahia só perde apenas para Roraima e Amazonas, onde os valores chegaram a R$ 137,08 e R$ 126,60, respectivamente. Porém, há regiões no estado em que o preço do botijão está sendo vendido a R$ 148,50.

Ao que tudo indica, a tendência é o botijão ficar ainda mais caro. No final do mês passado, a Acelen, empresa privada administradora da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), anunciou um reajuste de 9,2% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o que de acordo com o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) pode significar um aumento de R$ 8,00 por botijão.

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O aumento nos preços do GLP na Bahia segue a tendência em outros combustíveis. Na gasolina comum, enquanto a média nacional em janeiro foi de R$ 6,18 o litro, no estado da Bahia o preço médio foi de R$ 6,36 - o mesmo valor para o diesel S10, que no restante do país o litro encontra-se cerca de R$ 0,20 mais barato (R$ 6,16). 

Em nota enviada à imprensa, a Acelen afirmou que o aumento dos preços se deve “às variações no preço do petróleo” e que os reajustes da companhia consideram “variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo".

O anúncio da Acelen vai na contramão da conjuntura nacional de redução do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo arrecadado pelos estados, sobre o gás. Com a redução do ICMS, somada com a redução de 1% no gás de cozinha para as distribuidoras já anunciada pela Petrobras, a expectativa é de que haja uma redução de 2% nos preços do gás de cozinha nos estados, exceto na Bahia.

Desde que foi privatizada, a Refinaria Mataripe vem causando sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, uma realidade bastante diversa de quando a refinaria pertencia ao Sistema Petrobras. Só para se ter uma noção: em 2021, último ano em que a refinaria ainda era administrada pela Petrobras, a Bahia ocupava a terceira posição no ranking de preços de GLP mais baixos do país, com um preço médio de R$ 94,65, enquanto a média nacional era de R$ 102,32. A partir de 2022, a Bahia saiu do ranking de preços mais baixos e passou a ocupar o ranking dos preços mais altos. Segundo dados da ANP, entre 2022 e 2024, enquanto o preço médio do GLP no Brasil ficou em R$ 107,41, na Bahia o preço saltou para R$ 123,09, uma diferença de 14,6%. Situação oposta à Petrobras que, no mesmo período, obteve uma redução de 23% no preço médio do gás natural vendido às distribuidoras.

O atual cenário baiano evidencia as consequências perversas da privatização de serviços essenciais. Enquanto no discurso a privatização da RLAM buscava aumentar a eficiência e a competitividade, na prática, tem resultado na formação de um monopólio privado que se aproveita do seu poder de mercado para praticar preços acima da média. No caso do GLP, os aumentos constantes afetam especialmente as famílias de baixa renda, com sérios riscos à sua segurança alimentar. Diante desse quadro, torna-se urgente repensar a política de abastecimento energético do estado, garantindo que a população mais vulnerável não pague o preço da privatização.

FONTE/CRÉDITOS: brasil247
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