Nos últimos anos foi criada uma mentalidade de que o Brasil é agro, inclusive com campanhas publicitárias exaustivas. No entanto, a Agropecuária aparece apenas em 3º lugar entre os setores econômicos que compõem o PIB do país, acumulando 6% da fatia do Produto Interno Bruto. O setor de Serviços lidera o ranking com 59% seguido pela Indústria com 22%, apontam dados do IBGE.
O PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Segundo o IBGE, em 2023, o produto interno bruto do país era de R$ 10,9 trilhões. No último trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado, a produção de riquezas no Brasil cresceu 1,4% em comparação ao trimestre anterior, com destaque para o setor industrial apresentando um crescimento de 1,8%.
O momento positivo da indústria não veio por acaso. Nos últimos dois anos, o Governo Federal promoveu medidas estratégicas de reindustrialização — como o programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado em janeiro de 2024. Este protagonismo industrial no PIB se estende ao trabalhador. Entre janeiro e setembro, o setor criou 405.493 postos de trabalho, um salto de 75,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram geradas 230.943 vagas. Por outro lado, o grupamento de atividades agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura recuou em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado. Foram menos 358 mil pessoas empregadas.
PIB Industrial e a Petrobrás
A ideia de “Brasil Agro” cresceu em paralelo a um período de crise na maior empresa brasileira. A fase começou com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a posse de Michel Temer e o início da gestão de Pedro Parente à frente da Petrobrás a partir de maio de 2016. A “Operação Lava Jato” deu margem para a implantação de uma série de mudanças na governança corporativa da empresa, ampliadas no governo Bolsonaro. O cenário mudou a partir do terceiro mandato do presidente Lula.
O setor de petróleo e gás corresponde a 11% do PIB do país. No último levantamento divulgado pelo IBGE, a receita de vendas da Petrobrás foi de R$ 511,9 bilhões, o que equivale a 4,7% do PIB do Brasil. Tamanha força econômica torna a empresa fundamental para as novas políticas do governo federal para indústria, que preveem investimentos de mais de R$ 300 bilhões até 2026.
A Petrobrás é a principal responsável por impulsionar o setor industrial e anunciou metas que incluem também oportunidades de trabalho. Entre empregos diretos e indiretos, devem ser gerados quase 100 mil vagas a partir dos investimentos previstos pela empresa entre 2025 e 2029.
E a Petrobrás poderia até fazer mais pelo povo. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), numa análise sobre o Plano de Negócios da companhia divulgado em novembro de 2024, aponta que o foco ainda é maior em resultados de curto prazo e em potencializar a geração de valor. O Governo Federal é detentor de 28,67% das ações da petrolífera, sendo assim a empresa não se pode furtar da sua função social enquanto instrumento de mudanças nas estruturas sociais.
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