Ainda era madrugada quando o Sindipetro-Ba, a FUP e o Siticcan iniciaram uma paralisação na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe. As entidades mobilizaram nesta quarta-feira (06), centenas de trabalhadores e trabalhadoras próprios e terceirizados da Acelen, em frente ao chamado “Trevo da Resistência”, às margens da BA-523, com o objetivo de protestar contra as demissões ocorridas nos últimos dias e cobrar da gestão da empresa um posicionamento sobre a parceria na operação da refinaria, prevista para ser compartilhada com a Petrobrás no primeiro semestre de 2024.
Na chegada dos ônibus, o Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, já pedia a colaboração de todos os trabalhadores na luta contra as demissões: “Isso que a Acelen está fazendo é irresponsabilidade social e nós do sindicato não vamos tolerar essa prática de demissões. Por isso, reforçamos a colaboração de todas e todos.”, clamou Bacelar.
A retomada da estatal na operação da RLAM é celebrada como uma vitória pelo Sindipetro-Ba e pelos baianos, por representar a manutenção dos ativos no estado e o fortalecimento do setor petrolífero nacional. No entanto, as negociações têm gerado insegurança e demissões entre os trabalhadores da Acelen.
Na última terça-feira (05), 28 trabalhadores próprios foram demitidos, o que segundo a Coordenadora do Sindipetro-Ba, Elizabete Sacramento, mostra a estratégia da Acelen de realizar desligamentos de forma homeopática, sem conversa com as entidades sindicais.
Elizabete chamou a categoria para unir-se à luta travada pelo Sindipetro-Ba, o Siticcan e a FUP, pela manutenção dos empregos e por mais franqueza da direção da Acelen sobre o futuro dos trabalhadores próprios e terceirizados.
Um relato de uma funcionária da Acelen à comunicação do Sindipetro-Ba ressaltou o clima de incerteza entre os trabalhadores, que não foram informados sobre os detalhes da parceria com a Petrobrás, causando apreensão e incerteza.
A questão da segurança da operação da refinaria foi levantada pelos sindicatos e pela FUP, destacando a necessidade de rigor técnico para evitar acidentes com trabalhadores e o meio ambiente.
Outro funcionário da Acelen, que preferiu o anonimato por receio de retaliação, expressou preocupação com o impacto da instabilidade dos empregos na saúde mental da categoria e acredita que a paralisação conduzida pelo sindicato proporcionará um retorno de informações, promovendo um ambiente de trabalho mais equilibrado.
Após pressão dos sindicatos, a Acelen concordou em receber a comitiva sindical para uma reunião.
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