Em resposta o Sindae encaminhou à diretoria da Embasa nesta segunda-feira (09/05), um ofício informando a sua posição para assinatura do acordo do PPR. No documento, a proposta colocada pelo sindicato para o acordo de 2021 (que será pago este ano), é de que a parcela linear seja de 30% e os outros 70% proporcionais ao salário. Já a proposta para o PPR deste ano de 2022 (a ser pago no ano que vem se as metas forem alcançadas) é de que o pagamento tanto da parte linear, quanto da parte proporcional fiquem em 50% cada uma. Para os dois casos, o sindicato defende no ofício que o pagamento seja de uma única vez, nos meses de maio de 2022 e 2023, respectivamente.
O Sindae já deixou claro à Embasa que não há razões para que ela não evolua na forma de partilha do PPR. Levantamento feito pelo sindicato demostrou, cabalmente, que a Embasa está totalmente defasada em relação ao que é praticado nas maiores companhias de saneamento do país. Para tanto, foram apresentados alguns exemplos do que é praticado Brasil afora a título de pagamento do PPR linear: Compesa (PE) 50% linear, Copasa (MG) 100% linear, Caern (RN) 33%, Caesb (DF) 100% linear, Sabesp (SP) 30% linear e Sanepar (PR) 100%. Mostrou-se também o exemplo da Coelba (BA), cuja PLR é 50% linear, em que pese se tratar de outro segmento empresarial, mas que serve de referência dentro do estado da Bahia.
Devido à falta de habilidade de negociação por parte da Embasa, o sentimento da categoria é de indignação e revolta. Isso porque, mesmo sem nenhum argumento convincente, a Embasa indica que não pretende ceder aos justos anseios da categoria, mantendo-se intransigente a qualquer avanço em relação à distribuição da parcela linear do PPR.
Essa postura insensível da diretoria da empresa tem conduzido a negociação do programa para um impasse, uma vez que os (as) trabalhadores (as) não aceitam essa imposição e o sindicato reafirmou em mesa que, sem avanço na parcela linear, não haverá acordo.
O Sindae espera que a diretoria da Embasa reavalie a sua postura e apresente ainda esta semana uma proposta de pagamento do PPR que atenda ao pleito justo dos (das) seus (suas) trabalhadores (as), que lutam o ano inteiro para alcançar as metas e, na hora de receber, sentem muito essa falta de respeito por parte da direção da empresa.
História do PPR - É importante lembrar que o Programa de Participação no Resultados (PPR) é uma conquista histórica do Sindae, que remonta à luta do sindicato no início dos anos 2000 para retomada dos benefícios cortados na época em que o velho ACM tentou privatizar a empresa ao longo da década de 1990, quando a categoria ficou sete anos sem acordo coletivo, perdeu todas as cláusulas antigas e teve uma imensa defasagem salarial.
Após conquistar o PPR e avançar no valor do montante distribuído ao longo dos anos 2000, o sindicato passou a debater com a categoria qual seria o melhor modelo de distribuição. A partir de 2010 o sindicato promoveu seminários sobre o tema, distribuiu para a categoria uma cartilha elaborada em parceria com o Dieese e fez vários debates nos parques da empresa na capital e no interior. Após o amadurecimento da discussão entre os (as) trabalhadores (as), o sindicato fez assembleias para deliberar sobre qual seria o modelo a ser defendido pela categoria e a posição majoritária nas assembleias foi pelo modelo misto, quando uma parte é linear e outra proporcional aos salários. Mas naquele momento não foi definido um percentual de cada parcela, pois isso seria fruto da negociação ano a ano.
Após a decisão da categoria, o sindicato iniciou uma luta para alterar o modelo que era paradigma até então nos antigos acordos do PPR. Depois de conquistar a mudança para o modelo misto, o sindicato vem buscando ano a ano a ampliação da parcela linear, que chegou a 15%, mas não avançou nos últimos dois anos de pandemia. Agora os (as) trabalhadores (as) têm a clareza de que é absolutamente necessário avançar na linearidade do PPR, tendo em vista o grande esforço coletivo no alcance das metas. O sindicato está e sempre estará ao lado da categoria nessa luta, que é de todos nós, por uma distribuição mais justa e equilibrada desse benefício, que é o resultado do nosso suor e da nossa entrega no dia a dia de trabalho.
É importante salientar que o resultado da empresa é conquistado pela divisão do trabalho e pela cooperação entre os (as) trabalhadores (as) nas diversas funções, gerando assim o incremento da produtividade a partir do esforço coletivo, independentemente do cargo e da posição hierárquica que cada um ocupa no dia a dia.
O resultado é sempre um produto da coletividade e ninguém o alcança sozinho. Pelo contrário, numa empresa grande e complexa como a Embasa, só existe resultado porque existiu cooperação entre diversos trabalhos diferentes, não sendo justo qualquer forma de distribuição do resultado que parta da desigualdade, porque todos os trabalhos são socialmente necessários e indispensáveis para o alcance das metas almejadas pela empresa.
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