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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025

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Sabesp privatizada afirma que não é mais responsável por política pública

E ainda elimina subsídios na tarifa de água para grandes consumidores

Sabesp privatizada afirma que não é mais responsável por política pública
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A recente medida da Sabesp, controlada por sua nova diretoria privatizada, de romper contratos que ofereciam descontos para grandes consumidores de água, é mais um exemplo dos impactos negativos que a privatização pode ter sobre os serviços públicos essenciais. A decisão, que afetou hospitais, shoppings e museus, é um reflexo claro da transformação da empresa em uma corporação voltada para o lucro, em detrimento de uma política pública de acesso universal e justo aos serviços de saneamento.

Em entrevista à *Folha de S. Paulo*, o presidente da Sabesp, Carlos Piani, justificou a rescisão como uma simples execução do novo contrato de concessão, afirmando que os descontos oferecidos anteriormente eram uma política pública que só poderia ser conduzida pelo Estado. Esse discurso revela, de forma cristalina, a visão privatista que busca transformar serviços fundamentais em mercadorias. A água, um bem essencial para a vida, deixa de ser tratada como um direito universal, e passa a ser tratada como um produto sujeito às flutuações do mercado e ao interesse financeiro.

A medida tem um impacto direto no bolso dos consumidores e nas finanças de empresas que dependem da Sabesp para a operação de seus negócios. Algumas empresas já antecipam aumentos de até 200% nas contas de água, um efeito colateral do fim dos contratos de demanda firme, que ofereciam tarifas mais acessíveis para grandes consumidores. Embora esses contratos tivessem cláusulas que previam rescisão, a forma abrupta e sem explicações de comunicação sobre os novos valores gerou desconforto e revolta entre os afetados.

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A alegação de que a Sabesp não pode mais realizar políticas públicas porque não é mais uma estatal soa como uma justificativa conveniente para a precarização do serviço. A privatização da Sabesp foi vendida com a promessa de maior eficiência e redução de custos, mas o que vemos é um processo que privilegia o lucro de poucos em detrimento de um serviço que deve ser universal e acessível a todos. Além disso, o novo contrato de concessão, que limita os descontos a R$ 300 milhões, revela um claro desinteresse por parte da empresa em atender as necessidades de sua base de consumidores, priorizando o interesse financeiro sobre o bem-estar da população.

A privatização da Sabesp, longe de ser uma solução para os problemas do saneamento no Estado de São Paulo, está se mostrando um caminho para a exclusão e aumento das desigualdades. Quando uma empresa pública, que deveria garantir o direito à água e ao saneamento para todos, se vê transformada em uma máquina de gerar lucro, os impactos são claros: aumento de custos, precarização dos serviços e uma evidente piora na qualidade de vida dos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis. O Estado, que antes cumpria a função de promover políticas públicas nesse setor, se exime de sua responsabilidade, deixando nas mãos de uma empresa privada a gestão de um bem essencial à saúde e ao bem-estar de todos. 

A Sabesp privatizada, com sua lógica mercantilista, está cada vez mais distante da missão de garantir o acesso à água como um direito fundamental. A privatização não é a solução, é parte do problema.

FONTE/CRÉDITOS: Sindae
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