Um dos maiores sindicatos do Norte/Nordeste, forjado a partir da luta de uma categoria reconhecida nacionalmente pela forma aguerrida de se posicionar, não apenas por suas pautas corporativas, mas também em defesa de temas que venham a melhorar a vida da população brasileira, o Sindicato dos Petroleiros da Bahia completa 68 anos de existência, se firmando como sindicato cidadão.
Em quase sete décadas não foram poucas as lutas travadas para transformar o Acordo Coletivo de Trabalho dos petroleiros em um dos melhores do Brasil e defender a Petrobrás como uma empresa pública e integrada, pois há uma simbiose entre Petrobrás e petroleiros, o que fez com que a categoria, ao longo de tantos anos, vestisse (e vista) a camisa da empresa. Afinal, defender a Petrobrás é defender o Brasil.
E de defesa e enfrentamento, os petroleiros entendem. Através de seu sindicato, eles enfrentaram a ditadura militar, perderam seus empregos, foram perseguidos, mas se mantiveram na linha de frente como nas históricas greves de 1983, 1995, 2001, 2015, 2018 e 2020, entre muitas outras. Apesar de alguns dissabores, o tempo mostrou que a luta vale a pena porque também teve como consequência muitas conquistas: o direito de recusa; o fim das discriminações entre novos e antigos no desconto da AMS; participação de um representante do sindicato na CIPA nas comissões de investigação de acidentes; reajustes salariais acima da inflação, com ganho real; hora extra a 100%; quinta turma; pagamento diferenciado nas férias; além de muitos avanços nas questões de segurança e saúde.
A Petros, assim como a ampliação da AMS, o plano de saúde da categoria, para aposentados e pensionistas também foram outras grandes conquistas do sindicato dos petroleiros. Sempre na luta, o Sindipetro Bahia segue em busca da valorização e dos direitos dos trabalhadores próprios, terceirizados e daqueles que atuam nas empresas privadas de petróleo, pela recomposição do efetivo na Petrobrás, por segurança no trabalho, pela saúde física e mental da categoria, em defesa do pré-sal, das refinarias, dos campos terrestres e marítimos, das fábricas de fertilizantes, biodiesel e usinas do Sistema Petrobrás.
Outra importante frente de batalha é a luta pela democracia e soberania do Brasil, assim como lutaram pela redemocratização do país entre os anos de 1975 e 1985, o sindicato dos petroleiros e a categoria lutam agora pela garantia da democracia e para que a normalidade volte ao Brasil com a eleição de Lula para presidente.
Como nasceu o sindicato
Segundo relatos dos trabalhadores mais antigos, a história da representação sindical dos petroleiros da Bahia teve início “sob o teto de um barracão de zinco e madeira, existente na localidade da Pitinga de Baixo, chamado Taipá, situado na cidade de Candeias, na época subdistrito de Salvador. Neste lugar, às escondidas, um grupo de companheiros ansiosos reunia-se após a bóia trazida do jantar para discutir e criar uma entidade que representasse e defendesse seus direitos”.
No dia 17 de outubro de 1954, na sede do esporte Clube Ideal, em Candeias, foi criada a Associação Profissional dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo. E no dia 26 de outubro do mesmo ano foi eleita a primeira diretoria da Associação. No dia 07 de julho de 1956, em uma assembleia histórica, a Associação foi transformada em sindicato. A primeira diretoria do sindicato foi eleita, com chapa única, em 12 de dezembro de 1957. A entidade recebeu o nome de Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Petróleo no Estado da Bahia (STIEP).
Já em 1959, com a ampliação da Refinaria Landulpho Alves, que já funcionava desde 1948, surge o Sindipetro- Sindicato dos Petroleiros no Refino. De 1959 até 1996, estes dois sindicatos representaram os petroleiros na Bahia. Em 1996, com duas diretorias CUTistas, acontece a unificação do STIEP com o SINDIPETRO, nascendo então o SUP – Sindicato Único dos Petroleiros da Bahia. Em abril de 2000, foi reconhecida, oficialmente, a união do Sindiquímica com o SUP, surgindo o Sindicato dos Químicos/Petroleiros-Bahia. Mas no ano de 2011, no mês de agosto, atendendo à reivindicação dos petroleiros, e após um grande embate para garantir a representatividade e autonomia da categoria petroleira, os dois sindicatos se separam e surge novamente o Sindipetro Bahia, que hoje representa a categoria petroleira em todo o estado da Bahia.
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