Com a participação de representantes de movimentos populares, sociais e sindicais, além de políticos de diversos municípios do estado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) promoveu na tarde desta segunda-feira, em Salvador, um debate sobre Democracia Inclusiva e Transição Energética, tendo como convidado o ex-ministro José Dirceu, que foi chefe da Casa Civil na primeira gestão do presidente Lula.
Na avaliação do coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, o governo do estado, as empresas de energia e a Petrobras terão de debater a transição energética com representantes da economia solidária e da agricultura familiar.
“O desenvolvimento econômico precisa ser social e sustentável.
É fundamental que todos nós estejamos participando hoje dessas discussões, afinal quem é que tem feito um debate para inserir a economia solidária e a agricultura familiar nos programas de governo?”, destacou Bacelar, lembrando que o Fundo Mubadala (que hoje controla a Acelen, antiga Refinaria Landulpho Alves – RLAM), já tornou público que vai investir US$13 bilhões na Bahia nos próximos 10 anos. “Tudo indica que esse investimento será feito em parceria com a Petrobras. Estamos falando em quase 230 mil hectares que terão 15 a 20 por cento destinados para a agricultura familiar, que deverá produzir oleaginosas para a futura biorrefinaria, ou refinaria verde, a partir da macaúba e do dendê, principalmente”, reforçou Bacelar.
Bastante aplaudido e requisitado para selfies por admiradores e admiradoras, José Dirceu fez palestra discorrendo sobre o atual panorama político e econômico no mundo, lembrou momentos históricos vividos pela população brasileira e destacou a importância de o Brasil ser hoje uma das únicas nações que têm soberania alimentar e energética.
“Temos energia limpa: a eólica, a solar e podemos avançar para a produção de hidrogênio e combustíveis verdes. Somos também privilegiados por não termos inverno e contamos com três ou quatro safras durante o ano, além de sermos donos da Amazônia.
Infelizmente nosso país tem ainda uma profunda desigualdade, causada não pelo país não ter riqueza, mas sim porque é uma riqueza concentrada, com um por cento da população sendo dono de um terço de toda a renda”, frisou.
Para Dirceu, a retomada do desenvolvimento do país deverá passar pelo aumento do percentual de investimentos nas mais diversas áreas.
“O ideal seria que o estado brasileiro conseguisse investir 3 a 4 por cento do PIB e a Petrobras investisse o dobro do que ela tem investido, produzindo conteúdo local e realizando a transição energética”
Comentários: