No Dia Mundial do Meio Ambiente, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae) chama atenção para uma das faces mais graves e negligenciadas do racismo ambiental: a falta de acesso contínuo à água potável e ao saneamento básico nas comunidades periféricas da Bahia.
Apesar dos avanços em obras de infraestrutura nos últimos anos, milhares de famílias que vivem em bairros populares, ocupações urbanas, quilombos e áreas ribeirinhas ainda não têm garantia de abastecimento regular.
“A ausência de planejamento específico para esses territórios vulnerabilizados evidencia uma falha grave por parte do Estado. Água é um direito humano, garantido pela Constituição”, afirma a direção do Sindae.
O sindicato ressalta que a falta de ações estruturadas em comunidades negras e empobrecidas configura racismo ambiental. “A crise hídrica não atinge a todos de forma igual. São sempre as periferias e os rincões do estado que sentem primeiro os impactos do descaso”, denuncia.
Apenas um Estado forte pode garantir água potável e saneamento para todos. Nesse sentido, o Sindae exige maior comprometimento do Governo do Estado da Bahia, dos municípios e das agências reguladoras, que têm a obrigação legal de fiscalizar a prestação dos serviços públicos e assegurar equidade.
“É preciso sair da lógica de obras para as áreas mais rentáveis e construir uma política pública inclusiva, que priorize quem mais precisa. A água não pode faltar onde a vida sempre foi negada”, reforça o sindicato.
Além da denúncia, o Sindae propõe medidas emergenciais, como a instalação de caixas d’água comunitárias em áreas críticas, a elaboração de um plano emergencial de abastecimento para comunidades sem rede e a escuta territorializada para formulação de políticas públicas com participação popular.
A luta do Sindae: acesso à água é justiça social!
O Sindae reforça que a luta por saneamento e acesso contínuo à água potável é também uma luta contra o racismo e pela justiça social. Exigimos da Embasa e das Autarquias, junto aos Governos Estadual e Municipais, que implementem políticas específicas e urgentes para garantir que nenhum território seja tratado como invisível.
Vamos à luta!
Comentários: