Milhões de aposentados e pensionistas brasileiros descobriram que tiveram valores descontados indevidamente em seus benefícios por entidades que sequer conheciam. A fraude, que se estendeu por anos, afetou diretamente pessoas que contam com uma renda muitas vezes limitada para sobreviver.
É revoltante. O aposentado mal consegue pagar seus remédios e ainda tem que lidar com esse tipo de golpe.
A resposta começou a ganhar corpo. Mais de 1,84 milhão de pedidos de reembolso já foram registrados desde a abertura da plataforma digital do INSS para contestação dos débitos. E o atendimento presencial também avança: mais de 5 mil agências dos Correios estão oferecendo suporte direto aos segurados, com mais de 100 mil pessoas atendidas em menos de uma semana.
O que antes parecia um desconto qualquer, hoje se revela parte de uma fraude bilionária. Muitos beneficiários sequer percebem as cobranças, pois os valores são pequenos e aparecem como “mensalidades associativas”. Mas a verdade é que nunca houve vínculo com essas entidades. É essencial que todos os aposentados acessem o aplicativo Meu INSS e verifiquem o extrato de pagamento linha por linha.
Como verificar e pedir reembolso
A consulta pode ser feita pelo aplicativo ou site do Meu INSS, ou ainda pela central telefônica 135. Ao identificar algum desconto que não reconheça, o beneficiário pode registrar a recusa do vínculo com aquela associação. A partir disso, a entidade terá 15 dias úteis para apresentar provas da autorização — se não comprovar, será obrigada a devolver os valores ao INSS, que fará o repasse ao segurado.
O jogo virou. Agora, quem tem que provar que tinha autorização para descontar é a entidade, não o aposentado. Isso é um avanço na proteção jurídica dos nossos segurados.
Todo o processo é gratuito, sem necessidade de ir a uma agência física ou contratar terceiros. Mas para quem tiver dificuldade com meios digitais, os atendimentos presenciais nos Correios são uma alternativa segura.
Investigação se amplia e envolve parlamentares
O escândalo veio à tona no fim de abril, quando a Polícia Federal deflagrou a operação “Sem Desconto”. A apuração revelou que servidores e ex-servidores do INSS manipularam os sistemas internos para aplicar descontos em benefícios de forma fraudulenta, com o apoio de entidades fictícias ou que atuavam sem consentimento dos segurados. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Mais recentemente, a investigação ganhou um novo e preocupante capítulo: documentos já foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando o possível envolvimento de deputados e senadores no esquema. A corte deve decidir sobre as medidas cabíveis, o que pode incluir afastamentos e quebras de sigilo.
Devoluções seguirão até dezembro de 2025
Segundo o governo federal, os ressarcimentos acontecerão de forma escalonada e devem ser concluídos até 31 de dezembro de 2025. Os valores serão pagos diretamente junto com os benefícios mensais dos segurados prejudicados. Até o momento, mais de R$ 2,1 bilhões em bens foram bloqueados judicialmente para garantir que os reembolsos sejam efetivamente realizados.
É uma fraude em escala nacional, que exige uma resposta firme das instituições. O prejuízo não é apenas financeiro, mas emocional. Mexeram com a dignidade de quem contribuiu a vida toda.
Fique atento: o golpe ainda pode estar ativo
O INSS alerta que não envia e-mails, mensagens por SMS ou WhatsApp com links sobre o reembolso. Todo o processo deve ser feito exclusivamente pelos canais oficiais.
O segurado não precisa pagar para ter seus direitos reconhecidos. Em caso de dúvida, procure um advogado de confiança ou vá direto ao Meu INSS.
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