Esta semana, durante a inauguração do novo Colégio Estadual de Tempo Integral Leila Janaína Brito Gonçalves, na cidade de Presidente Dutra, Bahia, a secretária estadual de Educação, Adélia Pinheiro, sugeriu ao município criar um projeto de professor voluntário.
De acordo com a secretária, esta seria uma forma de retribuição ao investimento feito pelo governo estadual na construção da unidade de ensino.
“A cidade de P. Dutra, em retribuição ao presente que recebe e como respeito à Educação, vamos fazer aqui um programa de professor voluntário para enriquecer a formação dos nossos jovens que estão nesta escola”, disse. Adélia ainda prometeu retornar ao município para conferir o resultado da proposta.
A sugestão da comandante da pasta foi duramente criticada pelos educadores. Nesta sexta-feira (10/02), em Salvador, no Conselho Geral da APLB 2023, promovido para debater políticas educacionais, a direção executiva e regional da entidade aprovou uma moção de repúdio ao fato.
Veja o texto na íntegra:
Moção de repúdio à ideia de professor/a voluntário/a
Defendemos Educação de qualidade como um direito do nosso povo. Também entendemos a importância da relação familia-comunidade-escola. Entretanto, qualquer projeto que for pensado no sentido de abrir a escola para além dos dias letivos previstos em calendário, precisa ter diretrizes e planejamento.
Qualquer ação pensada para os nossos/as alunos/as precisa ser concebida desde a intencionalidade pedagógica à proteção dos direitos do Magistério e profissionais da Educação. Neste contexto, o Conselho Geral da APLB-Sindicato repudia a fala da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro.
A Secretária da Educação, no dia 07/02, durante cerimônia de entrega do Colégio Estadual de Tempo Integral Leila Janaína Brito Gonçalves, em Presidente Dutra, proferiu um discurso defendendo o voluntariado docente.
A docência é uma profissão e deve ser respeitada como tal! Fazemos a docência com compromisso, dedicação e defendemos a valorização do Magistério. Portanto, repudiamos qualquer atitude que fomente ideias de não entendimento da profissão docente deste lugar. É preciso respeito à história de luta de uma categoria aguerrida.
Estamos atentos e atentas, dispostos a defender projetos que coadunem com a nossa Constituição Federal, na perspectiva da Educação como direito para o povo e valorização do Magistério, sem perda de direitos.
Basta de ataques à Educação!!!
Sigamos firmes e fortes na defesa do trabalho decente para a profissão docente!!!
APLB-Sindicato
Moção de Repúdio aprovada no Conselho Geral da APLB-Sindicato no dia 10 de Fevereiro de 2023.
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